quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

CAPITULO DOIS

OS CAÇADORES DE LENDAS

O sol se põe no céu e Lucis acorda. Ouve barulhos de harpas e flautas a tocar e muita musica antes de abrir os olhos. Percebe que esta em cima de algo confortável e macio, então imediatamente abre os olhos e vê que não esta mais no mar e sim num tipo de quarto feito de madeira em cima de uma cama. Levantou-se e logo depois da uma olhada numa janela redonda na parede e vê que esta sobre o mar. Isso mesmo, ele estava num navio, havia sido sequestrado, mas e o seu amigo? Onde será que Rindiguistes esta? Abre a porta, uma grande festa esta acontecendo, algumas pessoas com um lenço amarrado a cabeça e com tapa olhos em um dos olhos tocavam flautas alegremente e outras varriam a sujeira feita pelos convidados da festa, alguns carecas, sem camisas com pistolas a sua cintura ou espadas pequenas e tortas tocavam harpas ou dançavam alegremente, outros gorduchos que estavam sentados a uma grande mesa redonda de madeira cantavam auto ou batiam as mãos a mesa no rítimo da canção com a atenção de todos. E sentado a uma grande cadeira fofa e preta, estava sentado um homem com uma longa barba preta que chegava ao peito, vestia uma roupa de couro muito elegante e um chapéu também de couro preto, um tapa olho com um desenho de uma caveira, uma pistola na bainha direita e uma espada grande e torta na esquerda, segurava uma grande garrafa de vinho na mão (que às vezes tomava um grande gole), apreciava a festa com um grande sorriso que mostrava seus dentes amarelos, ele também gostava da musica que os gorduchos cantavam e a acompanhava, pois obviamente conhecia ela, era mais ou menos assim:

Eu sou o pirata da perna de pau
Do olho de vidro
Da cara de mau
Eu sou o pirata caçador de lendas
Procuro o Kraken
Navego na Piguenta
Eu sou o pirata da espada de ouro
Na Piguenta
Procuro o tesouro
Eu sou o pirata que vai para o norte
Enfrento tudo
Enfrento até a morte
Eu sou o pirata dos dentes amarelos
Desafios são duros
Cortamos elos
O pirata que esta navegando
Conquisto o tesouro
E depois fico me gabando

E muito mais trechos. O grande homem das barbas negras que vinha até o peito e que segurava a garrafa de vinho vê Lucis, então se levanta, para de cantar e vai até ele.
- Vejo que já acordou, deixo me apresentar – diz ele tirando seu grande chapéu preto, revelando longos cabelos pretos -, sou o capitão desse navio-pirata, capitão Barba-negra e meu navio se chama Piguenta.
- Navio-pirata? – grita o garoto – Vocês são piratas?
- Carambolas, você não ouviu a musica? – reclama o rei – Claro que somos!
- Mas...
- Sem mais nem menos, Sr.Lucis, seu amigo o espera naquele quarto, desculpe, mas você não é bem vindo nesta festa, é para piratas e não cavaleiros.
- Como você sabe... – tentou dizer ele novamente, mas foi interrompido por Barba-negra.
- Seu amigo, Rindiguistes contou tudo, sobre a viajem e a sua busca, mas agora vá, antes que seu café da manhã esfrie!
Quando o pirata disse sobre o café da manhã o jovem menino corre em disparada para a porta que ele apontara. Lá estava Rindiguistes sentado, comendo pão com ovos, tinha manteiga à frente dele e requeijão fora de seu alcance, sem mencionar mais seis pães no centro da mesa dentro de um prato de prata.
- Oras, achei que nunca acordaria. – diz ele com um pedaço de pão na boca. – sirva-se.
Lucis lambe os beiços, corre para a mesa, depois de cheirar o ar que cheirava a pão fresco, come três pães inteiros e um copo de vinho doce.
- O vinho dos piratas é muito bom, foi o melhor que já tomei. – ele elogia.
- Mas é claro, você tem apenas dezessete anos e provou muito poucos vinhos, já eu vou fazer sessenta e já provei milhares de vinhos...

E depois bebe mais dois copos de vinho. Depois de estar satisfeito começam a conversar, o motivo de o capitão barba-negra ser tão bonzinho.
- É porque ele foi um grande amigo de meu pai, Iesirius, filho de Ieseres, segundo rei de Ieseres, quando eu disse “bom dia senhor, sou Rindiguistes, filho de Iesirius e neto de Ieseres, primeiro rei e fundador de Ieseres, a cidade”, ele ouviu minhas palavras e se encantou, nos botou na cama mais confortável (para pedestres) e nos dará café da manhã, almoço e jantar para dois dias. Ele até nos deu espadas novas, é claro de piratas. – ele pega uma espada uma banha torta em forma de banana e bastante pequena (para uma espada de cavaleiros).
Depois de baterem mais um papo um marujo com um lenço amarrado na cabeça e um cigarro na boca abre a porta.
- O capitão quer falar com cês. – disse.

Após novamente passarem pela movimentável festa chegam a uma pequena sala onde se encontra o capitão.
- O que deseja, senhor?
- Vocês ainda tem muita coisa a esclarecer... – diz o pirata com um sorriso.
- Eu achei que já tinha esclarecido tudo. – responde Rindiguistes.
- Não, falta uma coisinha... – ele se levanta, puxa duas cadeiras de madeira e senta novamente. – Sentem-se. – o marujo que os acompanharam pega um bule e põe a mesa onde os três estão sentados. – Sirvam-se – então serve chá quente em três copos de madeira (um para si e resto para os outros dois) – Bom o chá, não é?
- Sim, mas o qual coisinha que você ainda precisa saber? – pergunta Rindiguistes impaciente.
- Ah sim! – Barba-negra fuma seu charuto e então responde: - Como vocês ficaram perdidos no mar?
- Mas eu já disse, fomos atacados por um monstro milhões de vezes maior que uma serpente marinha! – reclama o rei.
- Mas que monstro seria milhões de vezes maior que uma serpente marinha?
- Bom, eu n...
- Um monstro com quatro braços – interrompeu Lucis -, ele era tão grande que não tava para enxergar seu rosto, mas quando ele abaixou para dar um rugido deu para ver que era como se fosse um touro escamoso, sem chifres e com dentes afiados, foi isso o que eu vi.
- Não pode ser possível! – exclama o pirata fazendo uma cara assustadora, mas logo depois lança uma grande gargalhada que ecoa na sala. – Eu sabia que a lenda era verdadeira! Eu sabia!
Os dois aventureiros ficaram confusos. Vendo a confusão deles o pirata chama-os com um “sigam-me”.
Foram para o local barulhento onde a festa acontecia, os três subiram ao palco, a musica continuava, mas com um sinal o capitão fez parar e com um grande sorriso no rosto começa a falar:
- Alegres piratas, quero lhes dizer com toda a alegria a informação dos nossos visitantes – alguns piratas cochichavam coisas baixinhas com outros -, esses dois cavaleiros descobriram uma coisa que os piratas tentam descobrir a anos. A lenda é verdadeira: o Kraken existe!
Quando ele disse isso os piratas gritaram, alguns caíram da cadeira, outros deixaram à bebida derramar em sua própia roupa.
- Kraken? – diz Lucis confuso.
Quando ele diz isso Rindiguistes dá uma cotovelada no ombro dele
- Ai! – resmunga o jovem – Por que você fez isso?
Ele apenas pisca em respostas e Lucis entendeu aquilo, era um “não fala nada” ou “fica quieto”, pois como havia dito, esse rei gosta muito de dinheiro e achava que poderia ganhar muito ouro dos piratas sendo o descobridor do tal Kraken.
- Por isso – continuou o pirata -, vamos voltar a onde encontramos estes dois e captura-lo!
Muitos gritos de guerras ecoaram o navio, a festa acabou, agora todos preparavam os canhões para a batalha. Os dois aventureiros correram até o capitão.
- Mas senhor, é muito perigoso, você não imagina o tamanho do monstro, essas bolas de canhão são como bolas de gude para ele! – grita o jovem aventureiro não querendo desperdiçar a sorte que teve da ultima vez. – Ele vai destruir esse navio com um assopro!
- Calado, nada pode interromper minha busca! – retruca barba-negra furioso.
- Mas pra ele nós somos formigas e uma serpente ma...
- Eu já disse pra ficar calado! – gritou o pirata mais furioso ainda, seu medo nunca superaria seu orgulho – Se não mando vocês para a prancha! Tem tubarões nessa parte do oceano!
- Mas a nossa recompensa...
- Rindiguistes! – brigou o adolescente.
- Ta bom... – responde ele.
- Desculpe – Lucis saca a espada de piratas que o capitão lhe dera com fúria e aponta-a para o capitão. -, mas não podemos deixar você fazer isso.
Barba-negra solta uma gargalhada alta, um grande sorriso aparece no rosto do pirata que saca a espada suavemente.
- Você acha que vai me matar, pirralho? – diz.
Então o garoto avança e ataca o pirata com a espada que defende e desarma-o, fazendo a espada cair com um estampido na água.
- Que droga! – gritou o guerreiro com fúria.
Pois então, Rindiguistes ataca o pirata que também defende e desarma-o, mas agora cortando a o dedo indicador da mão direita dele. O rei geme de dor.
- Rindiguistes! – grita o seu parceiro.
De repente uma onda gigante cobre uma metade da piguenta (a metade onde barba-negra estava). A outra metade começou a afundar. Lucis e Rindiguistes caem na água, eles avistam o Kraken. Uma grande baleia azul abocanha o rei de Ieseres e tenta abocanhar seu parceiro também, mas este consegue fugir, mesmo assim acontece o pior: Lucis está num lugar escuro, gosmento e com um cheiro fétido horrível, podia sentir um vento quente circulando pelo local. A garganta de Kraken.

Lá tinha muitas coisas (alem de esqueletos humanos e ossos de outros animais, como serpente marinha), tinha roupas velhas e algumas rasgadas, pedaços de papeis e pergaminhos, metais enferrujados (ou alguns não) entre outros.
Era possível ouvir o som das águas a fora. Lucis perdera a esperança, não espera sair dali, acha que as únicas coisas que podem acontecer são: escorregar e cair da garganta e ser digerido ou ficar naquele lugar horrível o resto de sua vida. A única coisa que ele “gostava” de fazer era ler os pedaços de pergaminhos velhos e paginas de livros, ele achou um livro com algumas paginas rasgadas lá, seu titulo era Aprenda a língua antiga dos cavaleiros magicos, o livro dizia que era apenas aprender, pois o efeito da língua era apenas realizados pelos cavaleiros magicos, isso mesmo, os cavaleiros mágicos falavam normal, mas tinham uma língua antiga, que são ordens que acontecem, como por exemplo nitphirinssi que significa queime-se, ao dizer isso o cavaleiro mágico faz a coisa para qual ele apontara a mão queimar-se, por isso que se chamam cavaleiros magicos, pelo fato de serem cavaleiros que são “magicos”, o livro também diz o fato de que todos os cavaleiros magicos foram extinto num tipo de guerra contra os magos, pois estes não aceitaram não serem a única raça que ao dizerem palavras em sua língua faz acontecer o que o prenunciador manda, mesmo os magos terem a magia maior, eles não são capaz de fazer o que os cavaleiros magicos poderiam fazer, a magia de poder matar: dillius, a palavra que significa morra, mas os cavaleiros magicos proibiram o uso dessa magia entre seu povo, e quem a usa-se seria punido, bom, os cavaleiros magicos foram extintos e magos poucos existem. Lucis se interessou no livro e o leu varias vezes, acabou aprendendo um pouco da língua, pena que não poderia usa-la. Viu que ao final do livro tinha uma observação, estava escrito algo assim:

Obs.:Os cavaleiros magicos são os piores inimigos dos centauros, pois estes desafiam suas leis.

E com uma assinatura um pouco depois.

Este livro pertence a Peter M. Augustin

Quando o garoto ficava cansado, usava alguns objetos fofos como travesseiro e dormia, pelo menos ali estava seguro.
Depois de uma semana desde quando foi devorado pelo monstro, Lucis encontra uma coisa que parecia familiar, um pergaminho fechado com uma fita vermelha, ele abre. O mapa no qual havia perdido dias antes. “Então as minhas outras coisas devem estar por aqui!”, pensou ele mais confiante, “Se eu achar a minha mochila com comida, talvez eu sobrevida pelo menos mais uma semana”. Então ele começa a procurar suas coisas por lá, ele acha a espada e a mochila, mas nada de comida, então guarda o livro Aprenda a língua antiga dos cavaleiros magicos nela. “Bom, já achei a espada e o mapa”, pensa, “Tenho uma idéia”, ele pega duas pedras e esfrega uma com a outra, uma fogueira se faz. Nada acontece. O bafo forte de Kraken apenas passa e apaga o fogo. Lucis desanimou-se novamente
O adolescente fica mais uns dias ali e acaba encontrando seu arco e mais algumas flechas, “Tenho outra idéia!”, pensa reanimado, “Tomaria que funcione”. Pega seu arco e põe uma flecha, mira no céu da boca da criatura, estica o fio do arco o máximo possível e atira. Nada acontece. “Para causar dor nele deve ser preciso bastante flechas”, pensa ainda confiante. Então faz isso varias vezes,até restar uma única flecha, mas nenhum resultado aparece como antes.
- Droga! – reclamou consigo mesmo – Nada o afeta!
Sem querer ele avista a goela do monstro, balançando lá no fim da garganta, tem uma idéia brilhante. Apanha a ultima flecha e a coloca no arco, mira na goela, “Esta muito longe”, pensa, sendo assim ele se aproxima aos poucos com passos leves que ao tocarem no chão duro, gosmento e alagado de saliva fazia um glup glop, após achar que esta bem perto e não tem risco de cair garganta a baixo, estica novamente o fio do arco o máximo possível e dispara, plaft, a flecha acerta bem no centro da goela que sangrava muito, Kraken urra de dor, um urro forte que faz sua garganta estremecer, Lucis escorrega e cai, mas consegue se pendurar na goela de Kraken, só que era escorregadia, ele não poderia ficar ali por muito tempo, mas a fera solta um urro maior quando o garoto se pendura e esse urro foi tão forte que fez sair uma grande rajada de vento de sua boca, fazendo Lucis cair dela, a queda seria grande se não fosse amortecida pelas folhas secas de arvores no chão da floresta. Espera ai! Folhas, arvores, floresta. Finalmente, ele estava em terra firme!
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Capitulo três - Floresta dos centauros em construção

Um comentário:

  1. Nossa SaMmyer, você caprichou neste segundo capítulo. Enfim pude conhecer o ambiente da trama, super enriquecida em detalhes.

    Só uma coisa: Ç se aplica nas vogais A,O e U. Mas isso você corrige depois.

    Depois leio o terceiro capítulo.

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